São vários pequenos comércios em Batayporã, tais como: Lanchonetes, Espetinhos, Lanches, etc, que empregam no mínimo 3 famílias cada um


Opinião:  Por Ney Olegário

 

Nos últimos dias, tem-se falado muito (novamente) sobre o fechamento do comércio noturno como forma de evitar o avanço da Pandemia COVID-19, isto é, pretendem o fechamento total de estabelecimentos, sendo que muitos, infelizmente, estão à beira da decretação de falência em virtude dos males econômicos decorrentes do vírus citado.

Ocorre que, ao que parece, os Governadores não estão levando em consideração que nas cidades pequenas a realidade é totalmente diferente dos grandes centros. Certas medidas, em verdade, como, por exemplo, a lotação máxima permitida, sequer são aplicáveis, porque na maioria dos estabelecimentos comerciais não comparecem 10 pessoas em um dia inteiro, como tem sido relatado pelos comerciantes.

Em Batayporã, principalmente, a realidade é grave. O comércio tem sofrido pela diminuição nos rendimentos; na contramão, os encargos só aumentam. Mesmo assim, sempre com a esperança de dias melhores, já existem estratégias para o regular funcionamento dos estabelecimentos, com total segurança e respeito às normas impostas pelas autoridades sanitárias, de modo que não seria prudente a adoção do fechamento generalizado de comércios noturnos a partir das 20 (vinte) horas; no mínimo, deveria ser permitido o funcionamento até as 22 (vinte e duas) horas, como forma de atenuar os prejuízos já muito amargos suportados pelos empresários locais.

Pode-se afirmar que a maioria dos estabelecimentos locais está observando as regras de segurança e evitando maiores disseminações da Covid-19; infelizmente, existem exceções, porém, a maioria não pode amargar as irresponsabilidades de minorias, que, em verdade, devem ser fiscalizadas de maneira individualizada, privilegiando-se, assim, os que tanto lutam para o desenvolvimento de nossa cidade.

 

Acreditamos que a melhor saída seria a limitação da ocupação, como de fato já vem ocorrendo em nosso município, controlando-se, assim, a clientela nos horários de pico, sem prejuízo do regular funcionamento em sistema delivery após as 22 horas, o que já vem ocorrendo, aliás.

O companheiro Valentim Peixoto, de Ivinhema, é assertivo quando diz “O fechamento do comércio noturno já mostrou que a medida em nada contribuiu para o objetivo visado, o que houve foi um impacto negativo muito significativo para as empresas atingidas, que já vinham fragilizadas pelo longo período de isolamento anterior”.

É preciso, portanto, cautela, de maneira a privilegiar a segurança das pessoas, com o incentivo dos cuidados básicos que evitam a contaminação e proliferação do vírus, juntamente com o atendimento dos comerciantes, mantendo-se as portas abertas ao público.

Várias pesquisas realizadas apontam que a imposição de novas restrições poderá implicar no fechamento definitivo de muitas empresas, em especial das que trabalham com comércio noturno, com o consequente desemprego e caos social. E, convenhamos que o primado do trabalho não pode ser esquecido, porque o vírus não espera quem tem fome. Por isso é preciso que o trabalho seja aliado às medidas de segurança em saúde.

Não nos esqueçamos que no início da pandemia, medidas restritivas foram tomadas, isto é, o comércio fechou e várias ações foram - e vêm sendo -desenvolvidas, o que deixa claro que o toque de recolher às 20 horas é um verdadeiro retrocesso, em especial nos pequenos municípios.

As festinhas clandestinas irão continuar ocorrendo, e de lá, muitas vezes, saem as contaminações em massa, e não de duas horas a mais de funcionamento do comércio (!).

Assim, espera-se que nossos governantes revejam as novas medidas restritivas divulgadas e ordenadas, de modo a evitar o agravamento da situação econômica crítica dos pequenos municípios, especialmente Batayporã, cujo comércio ostenta posição de extrema relevância no desenvolvimento social.