Daoud: Faturamento nem sempre é sinal de lucratividade no agro

Comentarista fala sobre o aumento do Valor Bruto da Produção Agropecuária e o aumento no custo da produção dentro da porteira

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O Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária, que projeta o faturamento do setor primário (dentro da porteira) deve atingir novo recorde em 2021, de R$ 1,173 trilhão, uma alta de 15,8% quando comparado ao resultado de 2020 (R$ 1,013 trilhão), segundo estimativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) feita com base em dados de fevereiro.

Na agricultura, a CNA projeta elevação de receita de 18,7% neste ano em relação a 2020, chegando a R$ 777,87 bilhões, reflexo da boa estimativa da safra de grãos, que deve ter uma participação de 52,9% no VBP, e do aumento dos preços da soja (33,5%), milho (28,8%), caroço de algodão (6,2%) e trigo (5,4%).

Já o VBP da pecuária deve chegar a R$ 395,72 bilhões em 2021, 10,3% a mais do que no ano passado, com destaque para a carne bovina, que deve ter um faturamento bruto 19% superior ao de 2020(alcançando R$ 210,38 bilhões), resultado tanto do aumento de preços (11,3%) e da produção (6,3%). O setor de ovos também deve ter expansão, de 4,7% na receita, principalmente pela expansão de oferta.

Segundo o comentarista Miguel Daoud, no entanto, o aumento de faturamento pode ser ilusório quando sobe o custo da produção. “Esse valor também vai continuar subindo. Dentro da porteira o produtor rural segue à risca para colocar mais alimento no Brasil, mas quem produz sabe que valor da produção é uma coisa e custo da produção é outra. Subiu muita coisa, o que gera uma rentabilidade menor', explicou.