Variedades
A história de como o sutiã virou máscara
MáRIO SéRGIO LORENZETTO / CAMPO GRANDE NEWS
Esta é a história de uma 'big little woman', uma 'pequena grande mulher'. Nascida Sara Finkestein, adotou o nome de Little Sara, por causa de sua altura: 1,50 m. Sara foi a maior designer industrial dos EUA, era conhecida como a 'arma secreta' da indústria de seu país. Foi ela quem criou centenas de novas embalagens para a Coca Cola, Ford, Pfizer, Nasa e Motorola.
Atender às necessidades reais dos usuários. Embora tenha se popularizado na pandemia como uma das mais eficientes máscaras, a N95 não surgiu agora. Sua história remonta à década de 1960. A Little Sara, nessa época, prestava consultoria à fábrica da 3M que produzia máscaras para os trabalhadores da saúde. Sara adquiriu fama criando produtos e embalagens que atendessem às necessidades reais dos usuários. Essa é uma ideia comezinha nos dias atuais, mas em 1960 ninguém pensava em vender mais pensando no povo. Sara começou a colocar em prática esse pensamento revolucionário pelas máscaras.
Frequentando hospitais. Nessa época, Little Sara estava auxiliando três familiares hospitalizados. Todos os dias ia ao hospital. Percebeu que médicos e enfermeiras mostravam desconforto com a máscara que usavam - eram planas e apertadas no rosto. Pensou em uma máscara com formato de concha, copia do sutiã. A 3M gostou da ideia. Em 1961, lançou a primeira máscara com formato de taça do sutiã.
Um molde ruim. Mas a 3M não obteve sucesso, a máscara não tinha um bom molde que se adaptasse a qualquer formato de rosto, não impedia a passagem de bactérias e vírus. Little Sara continuo estudando. Observou que a 3M começava a usar um novo material: o TNT (sigla para 'tecido não tecido'), um tipo de fibra sintética porosa. Com esse novo material e um molde ao estilo dos italianos (que se adaptam à qualquer corpo), a 3M conseguiu a máscara ideal. Estava criada a N95, a melhor e mais vendida máscara de todos os tempos.