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Muito além de sushi, amigos apostam em comida afetiva do Japão
Amigos trouxeram a culinária japonesa e diferentes pratos para o dia a dia do campo-grandense
BATANEWS/ CAMPO GRANDE NEWS
Nem só de rodízio de sushi vive a culinária japonesa em Campo Grande. Com a proposta de trazer novos sabores da gastronomia nipônica, Dani e Matheus criaram o izakaya Nami, um restaurante que traz a “comfort food', comida caseira e afetiva, do Japão.
O Nami Asian Food, mais conhecido como Nami, foi criado pela jornalista e chef Daniela Aguena e pelo chef Matheus Graciano, dentro da proposta de izakaya. “Os izakayas são caracterizados pelo conceito de cozinha aberta à vista do cliente e também pelo balcão do bar', explica Daniela.
A chefe Daniela reflete que o estado tem muita influência da cultura asiática, especialmente a japonesa. Ela mesma vivenciou essa tradição dentro de sua família. “Meus bisavós vieram do Japão e boa parte do que servimos, dos sabores e de como fazer, fez parte da minha infância. É algo de memória afetiva mais do que tudo'.
O chef Matheus reforça que a comida asiática vai além do tradicional sushi e sashimi que o brasileiro tanto gosta, e então, por que não trazer isso para cá? “Queríamos trazer essa comida ‘comfort’ que agrada todos os tipos de paladares. Ficamos receosos no começo porque foi algo novo pra gente também, mas o público está gostando bastante e estão nos procurando, seja para levar pra casa, seja para Delivery', conta.
O cardápio traz opções de entrada, pratos individuais e sobremesas típicas japonesas. Como entradas, tem o Mandiopã, salgadinhos à base de mandioca, que sai por R$ 8,00 e a Kimpira Gobo, uma salada com raiz de bardana, cenoura, gergelim e outros condimentos custa R$15, 00.
O tradicional Onigiri também faz parte do menu por R$ 10,00, levando gohan (arroz japonês), recheado com gobo, cenoura, vagem, shitaki, hijiki (alga) e condimentos. O karaague, frango frito japonês, custa R$ 18,00 e o kushiyaki, espetinho oriental, varia de R$ 22,00 a R$ 27,00, acompanhando salada fresca e picles.
Nos pratos individuais, os baos são um dos destaques, pãezinhos cozidos à vapor com recheios diferentes, desde carne de panela desfiada com molho kimchi à culinária vegetariana com berinjela ao molho oriental com maionese kewpie, todos por R$ 15,00. O Katsudon é servido em tigela de arroz, com lombo empanado, ovos e cebola ao molho tarê, por R$25,00.
Tem também o Rice Wok, arroz e legumes salteados na panela wok, servido com barriga de porco ou com cogumelos salteados, por R$27,00. O Karê Bowl traz o tradicional curry japonês com legumes, acompanhado de arroz por R$ 20,00.
Além de cheesecake e sorbet de banana, o bolinho de chuva tradicional japonês é delícia da sobremesa, acompanhado com geleia de hibisco e matcha, por R$12,00.
Com uma decoração urbana, e ao mesmo tempo, oriental, o restaurante contou com os chefs, com ajuda de família, amigos e até namorado pra dar forma na arquitetura do espaço. “O Matheus cuidou de partes da reforma, os parentes também ajudaram. Os objetos de decoração são inclusive nossos próprios itens pessoais, presentes e coisas que gostamos'.
Pela afeição pela arte de rua, o ponto mais chamativo é a ilustração de ondas no estilo de xilogravura tradicional japonesa do artista Rafael Mareco. “A ideia veio pelo próprio nome do restaurante, pois Nami significa onda em japonês. Queríamos também trazer esse ar descolado que o grafite tem', lembra Daniela.
Formada em jornalismo pela UFMS, Daniela trabalhou um tempo na área mas decidiu mudar de carreira: em 2015, apostou com tudo na gastronomia, onde cursou em Joinville – Santa Catarina. “No curso, conheci o Matheus, trabalhamos juntos e percebemos que tínhamos visões parecidas sobre a cozinha'.
Em 2018, quando terminaram o curso, resolveram colocar em prática o desejo de explorar a gastronomia da América Latina. A ideia era percorrer alguns países, trabalhando em restaurantes e mudando de tempos em tempos. “A primeira parada foi o Chile, e o que era pra durar seis meses virou quase dois anos', lembra.
Depois de tanto tempo longe de casa, os dois decidiram voltar ao Brasil. Daniela voltou para Mato Grosso do Sul e Matheus seguiu para Santa Catarina. Quando Matheus decidiu mudar para Campo Grande, os sonhos viraram planos. “Já dividimos trabalhos, casa, planos e agora brincamos que somos mais que amigos, somos sócios'.
Abrir um novo negócio em meio a uma pandemia que já dura um ano não é fácil, mas os dois não desistiram. “A gente se preocupa muito com a situação porque entendemos a gravidade do momento, incentivamos as pessoas a ficarem em casa para a gente entregar da melhor maneira que pudermos. A situação pede um pouco mais de cautela e o dia-a-dia de produção, entrega, contato com o cliente a gente vai ajustando de pouco a pouco', explica Daniela.
O restaurante Nami fica na Avenida Mato Grosso, n° 56, e está aberto para delivery e retirada.
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