“É preciso falar em restrição mais severa', afirma infectologista

Neste domingo (28) a capital registrou 46 óbitos pela Covid-19 nas últimas 24 horas

BATANEWS POR CORREIO DO ESTADO / BEATRIZ MAGALHãES


Foto: Divulgação

O decreto que determina a antecipação dos feriados na Capital encerrou ontem (27) e, de acordo com profissionais da saúde, é preciso criar medidas ainda mais rígidas para que o cenário da saúde melhore em Campo Grande.

“É preciso falar em restrição mais severa. Estamos com fila para internação no CTI, batendo recordes de mortes. Temos a nova cepa do vírus circulando e as pessoas foram perdendo os cuidados. O caos na saúde pode ser mais grave do que já estamos enfrentando', afirma a infectologista Rafaeli Cardoso Barbosa.

De acordo com a infectologista Mariana Croda, a medida que simulou um 'lockdown' não foi tão eficiente. Segundo a especialista, mesmo com as restrições, a taxa de isolamento não atingiu 50%.

“Apesar das medidas restritivas da última semana, não se conseguiu aumentar a taxa de isolamento em Campo Grande, que continua abaixo de 50%. Para saber se a última semana foi positiva ou não é preciso esperarmos 14 dias para essa avaliação. Mas não percebemos que houve efetivamente um distanciamento, e esperamos um novo estouro na próxima sexta-feira (2), em Campo Grande', afirma a infectologista.

Com o fim da determinação da semana restritiva em Campo Grande, a Capital não deve publicar novo decreto, passando então a cumprir de forma plena o publicado pelo Governo do Estado na última semana.

“Me parece que não será editado o novo decreto municipal, com isso aplica-se o estadual de forma plena nesse período. Não é necessário nenhum ato formal, basta não ser publicado qualquer decreto municipal', explica o procurador-geral de Campo Grande, Alexandre Ávalo.

De acordo com as infectologistas, o momento é de manter medidas mais rígidas para conter o avanço da Covid-19. “Campo Grande vai precisar se adaptar ao decreto Estadual. Os hospitais continuam lotados e a tendência é vermos os números de infectados aumentarem nos próximos dias', avalia Mariana Croda.

“Geralmente vemos os números de óbitos diminuírem nos finais de semana, mas hoje, observamos que mais de 40 pessoas morreram em decorrência da doença no Estado', completa.

No decorrer da semana, foram antecipados feriados municipais dos próximos dois anos.

Isso quer dizer que quando as datas comemorativas de fato chegarem, serão consideradas dias úteis normais, já que os funcionários já terão gozado a pausa remunerada ou trabalhado com hora extra dobrada agora.

O decreto do Governo Estadual determinando toque de recolher continua valendo. Ninguém deve sair de casa após às 20h, exceto se para acessar atividades essenciais.

O boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde neste domingo (28), registrou 46 óbitos pela Covid-19 em Mato Grosso do Sul. O número de novos casos confirmados da doença é de 1.280, nas últimas 24 horas.

São 1.154 pessoas internadas, sendo 691 em leitos clínicos (458 público; 233 privado) e 463 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (351 público; 112 privados). Em isolamento domiciliar encontram-se 13.309 doentes. Recuperados somam 192.696.

De ontem para hoje, Campo Grande registrou 369 novos casos; Três Lagoas 172; Dourados 147; Naviraí 68; Ponta Porã 10; São Gabriel do Oeste 24; Corumbá 38; Sidrolândia 22; entre outros.