Operação da PF contra fraude no auxílio emergencial tem alvo em Três Lagoas

Com advogados e servidores, grupo efetuou mais de 1.500 saques fraudulentos

BATANEWS/ALINE DOS SANTOS / CAMPO GRANDE NEWS


Mala com dinheiro apreendida hoje em operação da Polícia Federal. (Foto: Divulgação/PF)

A operação “Et Caterva', que combate fraudes no auxílio emergencial e em precatórios, cumpriu mandado de prisão e de busca e apreensão em Três Lagoas. As duas ordens eram para o mesmo alvo.

A ação é liderada pela PF (Polícia Federal) de Cuiabá (Mato Grosso), com desdobramentos em outros 11 Estados. O grupo investigado tem advogados e funcionários públicos.

O esquema desviou mais de R$ 13 milhões em precatórios (dívida do poder público reconhecida pela Justiça) e efetuou mais de 1.500 saques fraudulentos do auxílio destinado a quem perdeu renda nesta pandemia.

Entre abril de 2020 e março de 2021, os saques fraudulentos renderam R$ 1,3 milhão para a organização criminosa.

O grupo cooptou servidores de instituição bancária (Caixa Econômica Federal), que  forneciam informações sobre precatórios à disposição para saque. Também foi constatada a participação de servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso.

Para fraudar os precatórios, documentos eram forjados, apresentando dados pessoais do beneficiário, mas com fotografia do estelionatário. Após o saque, o montante era pulverizado em diversas contas para ocultar a origem ilícita.

Ao todo, a operação tem 12 mandados de prisão (quatro preventivas e oito temporárias), 77 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens, além de  nove medidas de suspensão do exercício da função pública.

Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara  da Justiça Federal de Cuiabá. A Caixa colaborou com a investigação da Polícia Federal.

Nome da operação, “Et Caterva' é uma expressão em latim, utilizada de forma pejorativa, que denota a ideia de um grupo de comparsas.