Agricultura brasileira registra bom desempenho durante o primeiro ano da Covid-19

Setor agropecuário cresceu 24,2% em relação a 2019

BATANEWS/CAPITAL NEWS/LETHYCIA ANJOS CAPITAL NEWS


Foto: Divulgação

Divulgação/Embrapa

A pandemia da Covid-19 iniciou durante a colheita da safra de verão 2019/2020 e da implantação da safra de outono inverno (safrinha) de 2020. Apesar das colheitas terem sido concluídas, a pandemia trouxe impactos para a produção devido à tensão gerada em torno da disseminação do vírus. Em outubro de 2020, a nova safra de verão teve início, mas a produção encontrou dificuldades em decorrência das irregularidade na distribuição de chuvas, apesar do percalço os resultados da safra foram considerados bons. Somente nos estados de Tocantins, Mato Grosso e Paraná, as chuvas dificultaram a operação de colheita e atrasaram a semeadura do milho segunda safra, ocasionando um mal desempenho da produção.

Conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos prevista para 2020/2021, é de 272,3 milhões de toneladas, 6% maior que a safra anterior. Contudo o preço dos principais produtos agrícolas surpreende os produtores, como exemplo o algodão que teve um incremento da ordem de 47,0%, outro produto que registrou incremento  foi o milho com 39,4% e a soja com 40,5%, a arroba do boi gordo também aumentou 33,5%. A alta dos preços são resultados da alta demanda interna e externa. Em 2020, dados divulgados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apontam que o setor agropecuário brasileiro registrou crescimento de 24,2% em relação a 2019, mesma época em que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) total do Brasil foi negativo. 

A partir do bom resultado da colheita em grande parte dos produtos e regiões do Brasil, associado aos preços remuneradores, produtores foram incentivados a modernizarem os processos produtivos, por meio da utilização de plantas de cobertura com intuito de melhorar e manter a qualidade do solo. Também foi registrado avanço da incorporação da agricultura digital, o que possibilitou a otimização das operações agrícolas e da logística de todo o processo.  Apesar dos prejuízos gerados pela pandemia do coronavírus a demanda por alguns produtos como algodão, celulose, carnes e açúcar, aumentou consideravelmente. De acordo com a Empresa  Brasileira de Pesquisa  Agropecuária (Embrapa) a exportação brasileira de carne bovina cresceu 8% em 2020 e a de suínos 36,1%, comparada a 2019. Produtores precisaram ajustar suas práticas de produção, e incorporar medidas de biossegurança, visando minimizar os impactos da doença entre os seus colaboradores. 

Com o momento favorável da produção agrícola, em diversas regiões onde havia predomínio da agricultura, foi observado o aumento da integração lavoura-pecuária. Modelo de produção que proporciona maior dinamismo à atividade agrícola e melhor aproveitamento dos recursos, aumentando assim a produtividade.

O Brasil figura em uma posição de destaque na produção de alimentos, fibras e energia

devido às transformações que estão ocorrendo na agricultura brasileira. Segundo a Embrapa, a partir dos bons resultados passa a ser considerado a comercialização, as condições de produção e diversas outras questões como o bem-estar animal para a produção de carne. Conforme a assessoria, a rastreabilidade gera contornos cada vez mais sólidos em diversos produtos. No ano de 2020, primeiro ano da pandemia, foi observado que a agricultura brasileira avançou desde os aspectos quantitativos até os qualitativos da produção, com isso o setor contribuiu para com a economia nacional, em especial com a crescente participação dos produtos agrícolas nas exportações.