Agronegócios
Milho e boi batem novos recordes de preço
Enquanto a arroba do animal terminado chegou a ser negociada a R$ 321 em São Paulo, a saca do cereal superou R$ 95 em Campinas (SP)
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Agenda:
De acordo com a consultoria Safras & Mercado, a arroba do boi gordo passou de R$ 320 para R$ 321 em São Paulo. Dessa forma, registrou uma nova máxima no ano para o mercado físico paulista na coleta da consultoria. Segundo o analista Fernando Iglesias, é possível observar um aumento pontual da oferta em alguns estados. Ainda assim, as cotações se mantêm firmes.
No mercado futuro, os contratos do boi gordo negociados na B3 recuaram após alguns dias de altas firmes. O vencimento para abril passou de R$ 317,25 para R$ 316,75, o para maio foi de R$ 314,95 para R$ 313 e o para outubro, de R$ 327 para R$ 325,5 por arroba.
O indicador do milho do Cepea, calculado com base nos preços praticados em Campinas (SP), subiu pelo quarto dia consecutivo, rompeu os R$ 95 por saca pela primeira vez e renovou a máxima histórica da série. A cotação variou 0,65% em relação ao dia anterior e passou de R$ 94,7 para R$ 95,32 por saca. Portanto, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 21,2%, e em 12 meses, os preços alcançaram 65,86% de valorização.
Na B3, a curva futura do milho recuou na grande maioria dos vencimentos um dia após o contrato para maio chegar a operar acima de R$ 100 por saca. O vencimento para maio passou de R$ 99,79 para R$ 98,94 e o para julho foi de R$ 95,68 para R$ 94,52 por saca.
O indicador da soja do Cepea, calculado com base nos preços praticados no porto de Paranaguá (PR), teve um dia de preços mais baixos. A cotação variou -0,65% em relação ao dia anterior e passou de R$ 173,65 para R$ 172,52 por saca. Desse modo, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 12,1%.
Em Chicago, o mercado segue no aguardo do relatório de oferta e demanda do USDA. Dessa forma, as cotações apresentam volatilidade mas encontram pouco espaço para avanços ou recuos mais expressivos. O contrato com vencimento para maio, o mais negociado atualmente, desvalorizou 0,7% e passou de US$ 14,186 para US$ 14,086 por bushel.
O indicador do café arábica do Cepea, calculado com base nos preços praticados em Minas Gerais, São Paulo e Paraná, ficou praticamente estável com apenas uma leve alta. A cotação variou 0,26% em relação ao dia anterior e passou de R$ 714,67 para R$ 716,55 por saca. Desta forma, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 18,11% e em 12 meses, os preços alcançaram 21,79% de valorização.
Em Nova York, a variação dos preços também foi limitada e a cotação do arábica fechou o dia com uma pequena queda. O contrato com vencimento para maio, o mais líquido no momento, teve baixa de 0,08% e passou de US$ 1,2685 para US$ 1,2675 por libra-peso.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Fomc) do Banco Central dos EUA (Fed) indicou que os diretores não pretendem fazer alterações em suas políticas enquanto a economia não der sinais mais consistentes de melhora. Eles reconheceram a atividade econômica ganhando força, porém, disseram que ainda é preciso algum tempo para atingir as metas de pleno emprego e estabilidade dos preços.
O documento também mostrou que o Fed pretende avisar o mercado com bastante antecedência antes de efetivar alguma mudança de atitude. Na agenda econômica de hoje nos Estados Unidos, o destaque é a divulgação semanal dos pedidos de seguro-desemprego.
O dólar voltou a subir após recuar por dois dias consecutivos e seguiu o movimento de desvalorização de moedas de países emergentes em relação à moeda norte-americana. O dólar comercial teve alta de 0,78% e ficou cotado a R$ 5,643. O índice Ibovespa fechou em leve valorização de 0,11% e ficou em 117.623 pontos.
Durante grande parte do dia, o real seguiu a movimentação dos dois últimos pregões e subia em relação ao dólar. Porém, à tarde, com declarações do presidente Jair Bolsonaro em relação ao reajuste do gás natural pela Petrobras e pela ata da última reunião de política monetária do Fed, o real foi pressionado de maneira negativa. Os investidores ficaram com receio de que Bolsonaro possa querer interferir na política de preços da Petrobras, porém, o presidente apenas se referiu a um projeto de lei que deve ser enviado ao Congresso para alterar a fórmula de cálculo do ICMS cobrado pelos estados.