Soja, milho e algodão respondem por 99% da safra de MS, que será recorde em 2021

Percentual envolve cereais, leguminosas e oleaginosas; safra deste ano deve chegar a 22 milhões de toneladas e superar em 11% a anterior

BATANEWS/MIDIAMAX


Mato Grosso do Sul é o quinto maior celeiro de cereais, leguminosas e oleaginosas do país - IBGE/Reprodução

Estimativa da safra 2021 realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que Mato Grosso do Sul poderá superar em 11% o seu recorde de produção nos campos, com a colheita de mais de 22 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas. Deste total, 99,2% são restritos a três produtos: soja, milho e algodão.

Com o resultado da safra até aqui, Mato Grosso do Sul terá a quinta maior participação na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas do país, respondendo por 8,3% de tudo o que se produz no Brasil.

Os dados do IBGE são referentes a março e, se por um lado mostram que nesses produtos há uma polarização, também revelam que eles estão atrás de outro gigante: a cana-de-açúcar, usada para fabricação de álcool e açúcar e que, neste ano, deverá render quase 50 milhões de toneladas –mais que o dobro do grupo com grãos e leguminosas.

A safra poderia ser ainda maior. Na variação de fevereiro para março deste ano, identificou-se perda de 1,84% da produção total, ou 414.970 toneladas de grãos, leguminosas e oleaginosas a menos.

A estimativa para março prevê a colheita de 22.074.581 de toneladas, volume 11,3% maior que o registrado na safra 2020 –ou 2.242.118 toneladas a mais. O avanço ocorreu com um crescimento de 361 mil hectares na área plantada na comparação com 2019 (7,1% a mais, totalizando 5,43 milhões de hectares).

A área também é 2,9% superior à contabilizada em fevereiro, com mais 153 mil hectares à disposição dos produtores –mesmo com a queda na produção.

O IBGE salientou que a soja, o milho e o algodão representam 98,4% de toda a área plantada no Estado, respondendo por 99,2% da produção de grãos e similares. Enquanto soja e milho ganharam área plantada na comparação com 2019 (8,7% e 6,6%, respectivamente), o algodão perdeu espaço, ficando com 12% a menos de terras.

Mato Grosso (27,2% da produção nacional), Paraná (15,8%), Rio Grande do Sul (13,3%) e Goiás (9,7%) estão à frente de Mato Grosso do Sul na contribuição da safra brasileira. O Estado se posiciona à frente, por exemplo, de Minas Gerais (6,4%), Bahia (3,8%) e São Paulo (3,6%).

Da produção local, a soja segue líder em área cultivada e produção em Mato Grosso do Sul. A estimativa é de que sejam colhidos 11,6 milhões de toneladas, novo recorde histórico –0,8%, ou 95 mil toneladas– à frente de fevereiro. Em 2020, foram 10,6 milhões de toneladas, 6,1% a menos que neste ano.

Mato Grosso do Sul é o quinto maior produtor nacional de soja. A fila é puxada por Mato Grosso, com 35,2 milhões de toneladas.

Segundo em importância no campo grãos, leguminosas e oleaginosas, o milho tem sua produção dividida em duas safras. Na primeira, menor, houve redução na área plantada entre março de 2020 (17.017 hectares) e de 2021 (15.770). Contudo, a produtividade foi maior, saindo de 136.136 para 138.403.

Com isso, o rendimento médio entre 2020 e 2021 saiu de 8 toneladas por hectare para 8,776. O resultado só não foi melhor porque, em comparação a fevereiro, houve queda no rendimento médio (9.083 kg/ha).

Já para o milho segunda safra, há recorde na área plantada e colhida (2,05 milhão de hectares), aumento de 4,8% em relação a fevereiro de 2021 e de 6,7% sobre março de 2020.

A colheita, por sua vez, deve ser 9,3% superior à de março de 2020 (10.044.922 toneladas neste ano, frente a 9.190.231 toneladas no período anterior). O rendimento médio esperado é de 4,9 mil kg/ha, acima dos 4.784 kg/ha do período anterior).

O algodão herbáceo, por sua vez, ocupou 23.263 hectares em março deste ano, 26,6% a menos que em dezembro de 2020. A produção foi estimada em 97.205 toneladas, 31% abaixo dos 140.745 previstos no último mês do ano passado.

Mato Grosso do Sul é o sexto maior produtor de algodão do país, atrás de Mato Grosso (4.075.614 toneladas). A Bahia é o segundo maior produtor (1,2 milhão de toneladas).

Também mereceram nota na análise do IBGE a produção local de arroz em casca (65.710 toneladas, aumento de 26% em relação a dezembro passado, com 52.249 toneladas; e ára plantada de 10.967 hectares, 16,5% acima), na qual Mato Grosso do Sul é o 11º produtor nacional.

Quanto ao feijão, houve estabilidade na área plantada no de primeira safra (267 hectares), com queda de 8,7% na comparação com fevereiro e de 9,7% no rendimento médio (1.603 kg/ha).

Já o feijão segunda safra viu a área crescer 79,2% em relação a março de 2020 (de 12.455 hectares, saltou para 22.315 hectares). A produção, por sua vez, cresceu 90,4% no período, chegando a 34.065 toneladas. O rendimento médio aumentou 6,3%, cegando a 1.527 kg/ha.

Último produto com a colheita detalhada, o trigo teve aumento de 30,6% em sua estimativa de produção, chegando a 67.198 toneladas em março de 2021 (foram 51.425 toneladas no mesmo mês do ano passado). No mesmo período, a área plantada aumentou 41,6%: de 25 mil hectares, agora é de 35.409 hectares.

Apesar da representatividade dos grãos na produção local, ela segue bem abaixo da produção de cana-de-açúcar, que deve chegar a 47.852.037 toneladas neste ano –não foi explicado pelo IBGE os quantitativos de açúcar e álcool produzidos.