Agronegócios
Leite: corredor elevado facilita movimentação do gado; veja como construir
Segundo a Epagri, a tecnologia tem sido amplamente adotada entre produtores do Planalto Norte por ser barata e trazer bons benefícios ao bem-estar animal
BATANEWS POR CANAL RURAL
Cuidar do caminho por onde o rebanho passa tem resultados no bem-estar dos animais, na produção de leite e na qualidade de vida da família rural, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).
Por isso, o escritório municipal da entidade em Porto União adaptou um modelo de corredor, semelhante ao que se usa na Nova Zelândia, que reduz o barro na propriedade e agiliza a movimentação dos animais. É o corredor elevado para gado leiteiro modelo “Catarina'.
Foto: Epagri
A tecnologia, que foi adaptada para as condições de solo e clima das propriedades rurais de Santa Catarina, é uma solução simples e bem eficiente desenvolvida para o sistema de produção de leite à base de pasto perene. Nesse sistema, a área de pastagem é dividida em piquetes e o manejo das vacas é realizado de forma a mantê-las nos piquetes com o pasto de melhor qualidade. Esse manejo, por sua vez, exige a movimentação frequente do rebanho.
Para evitar que esse trânsito ocorra em meio a atoleiros, lama e buracos, especialmente nos períodos chuvosos, os corredores entre os piquetes e os que conduzem até a sala de ordenha precisam ser elevados e cobertos com um material de acabamento.
“Evitando a formação de lama, o produtor facilita a movimentação de animais e pessoas e também evita problemas sanitários, de aprumos e de casco que podem comprometer a produtividade dos animais', destaca o engenheiro-agrônomo Daniel Dalgallo, da Epagri de Porto União.
A Epagri começou a trabalhar essa tecnologia em 2008 e hoje ela é bem difundida no Planalto Norte catarinense. “Aqui em Porto União, toda propriedade leiteira assistida pela Epagri adota esses corredores. No Planalto Norte, de modo geral, ela tem sido cada vez mais empregada por ser uma tecnologia barata e simples de fazer', diz o engenheiro-agrônomo da Epagri.
Na propriedade de Ana Paula e Eraldo Vezaro, os corredores elevados foram construídos em 2012 e, desde então, o trabalho ficou mais fácil. “A gente tinha muito barro na propriedade e, com o corredor, o problema diminuiu bastante. Isso também facilitou para fazer a higienização dos animais antes da ordenha. O corredor é fácil de construir e a manutenção é bem simples', diz Ana Paula.
Foto: Epagri
O produtor de leite precisa saber que a construção dos corredores elevados deve estar integrada ao planejamento global do sistema de produção, especialmente à distribuição dos piquetes. “O corredor é a ‘artéria’ da propriedade, permitindo o rápido fluxo de animais e máquinas, por isso seu planejamento é fundamental', reforça o engenheiro-agrônomo.
Durante a construção, é preciso observar os princípios de conservação do solo e os desníveis do terreno. Um corredor pode, inclusive, servir como terraço de base larga para coleta e armazenamento de água das chuvas. Outra orientação é construir o corredor, preferencialmente, nas partes mais altas da área (divisor de águas).