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Veja as chances de vitória de cada equipe na rodada do Brasileiro
Ainda que favorito, Atlético-MG é visitante na rodada em sua busca pelo título. Na luta para permanecer na Série A, o ascendente Juventude tem potencial para marcar novamente em gol aéreo
BATANEWS/GLOBOESPORTE
O Atlético-MG é visitante contra o Athletico-PR, e o Flamengo recebe o Corinthians em um jogo de defesas bem arrumadas, em que a equipe carioca tenta melhorar suas chances de título. Nessa de manter viva a esperança, o Juventude é novamente favorito na rodada. A bola aérea vem catapultando o time em sua busca para permanecer na Série A, e a defesa do Fluminense não tem conseguido fechar seu espaço aéreo. A cada rodada, tudo muda, por isso, apresentamos as chances de as equipes terminarem o Brasileirão em cada rodada.
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No quadro abaixo, a primeira linha apresenta a probabilidade percentual de cada time ser campeão. Isso muda a cada rodada, dependendo da combinação entre os resultados de cada time. A segunda linha mostra a chance de os times terminarem a competição na segunda posição e assim sucessivamente, até chegar nas últimas três linhas da tabela, que mostram o potencial de ficarem entre os quatro e os seis primeiros, conseguindo uma vaga na Libertadores 2022 de forma direta ou indireta (via fases eliminatórias), além da probabilidade de um time terminar o campeonato entre os 16 que prosseguirão na Série A no ano que vem. Quem chega a 100% na última linha, elimina o risco de rebaixamento.
Favoritismos apresenta também o potencial que cada time carrega para a rodada #32 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira entre os gols por serem cobranças feitas diretamente para o gol. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 81.801 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.357 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual de cada equipe a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).
Favorito >> Atlético-MG
A busca pelo título vem se dando com trocas de passes. Dos últimos dez gols do Atlético-MG, seis foram marcados assim, assim como oito dos últimos dez sofridos. O Athletico-PR fez e levou seis dos últimos dez gols em jogadas aéreas. De 2006 para cá, mesmo com mando paranaense, vem sendo um confronto equilibrado. Agora, o Athletico-PR é o 11º mandante (7 V, 4 E, 5D, 52%), e o Atlético-MG, o segundo melhor visitante (7 V, 4 E, 4 D, 56%). Embora seja o segundo mandante que mais finaliza (15,6), o Athletico-PR tem o décimo aproveitamento (um gol a cada 11,4 tentativas). O Atlético-MG é o terceiro visitante que mais conclui (13,6), mas é o 14º em eficiência, um gol a cada 12,8. É de se esperar que o time mineiro finalize muito, porque o Athletico-PR é o quinto mandante que mais sofre finalizações (11,6), e o sexto com menor resistência a elas, um gol sofrido a cada 9,8. O Atlético-MG é o visitante que menos sofre finalizações (9,6), e o oitavo mais resistente a elas, com um gol sofrido a cada 12,0 conclusões.
Favorito >> Grêmio
O Grêmio vem mantendo acesa a chama para permanecer na Série A e vai ter de jogar a vida em campo porque o Bragantino é o terceiro melhor visitante (7 V, 5 E, 4 D, 54%), com o segundo melhor ataque visitante (1,50) e a sétima defesa (1,13). O Grêmio está com a quarta pior campanha mandante (5 V, 5 E, 5 D, 44%). Outra partida para se esperar predomínio do jogo rasteiro. O Grêmio fez e sofreu seis dos últimos dez gols em trocas de passes; o Bragantino marcou metade por baixo e levou oito dessa forma entre os últimos dez. Como mostra a linha preta do gráfico de xG, o Bragantino vive um período de alta na produtividade ofensiva, e a linha vermelha mostra o Grêmio em um momento de queda na resistência defensiva.
Favorito >> Santos
Jogo com potencial para gol a partir de jogada aérea. O Santos sofreu sete dos últimos dez a partir de bolas altas, e a Chapecoense, seis. O Santos usou o jogo aéreo para marcar a metade dos últimos dez, e a Chapecoense, para fazer quatro. A equipe paulista é a nona mandante (7 V, 5 E, 4 D, 54%); a catarinense, a segunda pior visitante (1 V, 6 E, 9 D, 19%). Em jogo está a permanência do Santos na Série A, principalmente porque o jogo aéreo do ascendente Juventude tem potencial para fazer mais uma vítima nesta rodada. A Chapecoense vai precisar de atenção aos contragolpes porque o Santos tem cinco gols assim, oitavo desempenho, e quatro deles marcados quando mandante. A Chapecoense já sofreu oito gols em contra-ataques, segunda pior marca, quatro deles quando visitante.
Favorito >> América-MG
O América-MG vem de sete jogos sem perder quando mandante (5 V, 2 E, 81%). Nos últimos sete jogos como visitante, o Atlético-GO tem 1 V, 1 E, 5 D, 19%). O América-MG é o nono mandante (7 V, 5 E, 4 D, 54%), com a segunda melhor defesa mandante (0,69). O Atlético-GO é o sétimo visitante (5 V, 3 E, 8 D, 38%), com o 12º ataque (0,81). O jogo tem potencial para gol aéreo da equipe mineira, que fez assim seis dos últimos dez gols, e o Atlético-GO levou metade dos gols dessa forma. A equipe goiana fez seis dos últimos dez gols em trocas de passes, mesma proporção dos gols sofridos pelo América-MG.
Favorito >> Fortaleza
De início, pareceu que não, mas a eliminação nas semifinais da Copa do Brasil afetou fortemente o desempenho do Fortaleza. O clássico vai mostrar o quanto, mas nos últimos sete jogos (que incluem os confrontos semifinais contra o Atlético-MG), o Fortaleza tem 1 V, 1 E, 5 D, 19%. Nos sete jogos imediatamente anteriores eram 4 V, 0 E, 3 D, 57%. Nos últimos sete jogos, o Ceará tem 3 V, 2 E, 2 D, 52%. O Fortaleza é o quinto melhor mandante do Brasileirão (8 V, 4 E, 3 D, 62%), e o Ceará, o quarto melhor mandante (9 V, 6 E, 2 D, 65%), as duas equipes mandam jogos no mesmo estádio, o Castelão (CE). Quando visitante, o desempenho do Ceará despenca para o terceiro pior (0 V, 9 E, 6 D, 20%). O Ceará tem, portanto, o desafio de se impor em campo como mandante. Como mostram os gráficos de xG, tanto ataque quando defesa do Fortaleza passam por fase de queda. Já o Ceará reverteu uma parte da queda defensiva. Fortaleza fez e sofreu seis dos últimos dez gols pelo alto; enquanto Ceará marcou metade pelo alto e sofreu três.
Favorito >> Cuiabá
Duas equipes muito desequilibradas com potencial para fazerem um jogo equilibrado. O Cuiabá é o terceiro pior mandante do Brasileirão (5 V, 6 E, 5 D, 44%). Nos últimos dois meses, tem 48% de aproveitamento em casa, 17º desempenho (2 V, 4 E, 1 D). O Internacional é o sétimo visitante (4 V, 6 E, 6 D, 38%), mas nos últimos dois meses, é o segundo pior visitante (1 E, 4 D). Cuiabá vai precisar redobrar a atenção com os contra-ataques porque já sofreu oito assim, segundo pior desempenho, e seis deles levou quando era mandante. O Internacional tem cinco gols em contragolpes, oitava marca, dois quando visitante. O Cuiabá fez e sofreu seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas; o Inter levou quatro e marcou a metade dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas.
Favorito >> Palmeiras
Rogério Ceni assumiu o comando, e rapidamente o São Paulo se tornou a equipe com maior produtividade ofensiva pelas métricas de xG. Poucas rodadas depois, embicou e a produção caiu, enquanto o Palmeiras se consolidava com a maior produtividade ofensiva sem deixar de ser a equipe contra a qual os adversários criam a menor expectativa de gol, um equilíbrio raro, representado no gráfico de xG. O Palmeiras é o terceiro melhor mandante (10 V, 2 E, 4 D, 67%), e o São Paulo está com a 13ª campanha visitante (3 V, 6 E, 7 D, 31%). Jogo com potencial para jogadas rasteiras, com o Palmeiras fazendo seis e sofrendo oito dos últimos dez gols em trocas de passes, e o São Paulo fazendo sete e sofrendo a metade dos gols por baixo. O Palmeiras tem o ataque mandante que mais finaliza (16,8), com a sexta eficiência, um gol a cada 9,6 tentativas. O São Paulo é o 11º visitante em finalizações (9,9), com a quarta pior eficiência, um gol a cada 15,9 tentativas. O Palmeiras é o 12º mandante em finalizações sofridas (10,8) e tem a menor resistência a elas, com um gol sofrido a cada 7,8 conclusões. O São Paulo é o quarto visitante que menos sofre finalizações (11,8), com a 13ª resistência, um gol sofrido a cada 10,5.
Favorito >> Juventude
O jogo aéreo vem catapultando os sonhos da torcida do Juventude de se manter na Série A em 2022: nas últimas rodadas, essa chance passou de 14% para 19% e agora está em 35%. E o Juventude é favorito novamente. Dos últimos 20 gols do Juventude, 18 foram marcados a partir de bolas altas. Dos últimos 22 gols sofridos pelo Fluminense, em 16 os adversários usaram bolas altas (73%). Nos últimos dez, foram sete. Fortíssimo potencial para mais gol aéreo do Juventude, mas também do Fluminense, que fez seis dos últimos dez pelo alto. O Juventude sofreu sete dos últimos dez dessa forma. Surpresa será se não sair ao menos um gol em jogada aérea na partida. O Juventude é o 13º mandante do Brasileirão (6 V, 6 E, 4 D, 50%); o Fluminense é o 11º visitante (4 V, 4 E, 8 D, 33%). Como mostra a linha preta do gráfico de xG, a produtividade média em cinco jogos do Juventude cresce de forma consistente, mas o Fluminense também está no auge de sua produtividade ofensiva.
Favorito >> Flamengo
O Flamengo tem a segunda defesa que mais deixou adversários em impedimento (média 1,84), e o Corinthians é o terceiro (1,81). Entre os mandantes, o Flamengo é o terceiro que menos sofre finalizações (9,2) e sofre um gol a cada 11,3 (10ª marca). O Corinthians é o terceiro visitante menos pressionado (11,8), com a quarta resistência visitante, um gol sofrido a cada 13,4. O Flamengo sofreu sete dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e o Corinthians fez metade dessa forma, tem potencial para marcar. A equipe paulista sofreu sete dos últimos dez gols em trocas de passes rasteiros, e o Flamengo marcou nada menos do que oito dos últimos dez assim. Entre os mandantes, o Flamengo é o terceiro em finalizações (15,6), e tem a quinta eficiência, com um gol marcado a cada 9,2 tentativas. Dos visitantes, o Corinthians é o segundo que menos conclui (8,3), com a sétima eficiência, um gol marcado a cada 10,2 tentativas. O Flamengo é o segundo melhor mandante do Brasileirão (11 V, 1 E, 4 D, 71%), com o terceiro melhor ataque (28 gols, média 1,75), e a sexta defesa (13 gols sofridos, 0,81). O Corinthians é o quinto visitante (5 V, 7 E, 4 D, 46%), com o 12º ataque (13 gols, média 0,81), mas com a segunda melhor defesa visitante (14 gols sofridos, 0,88).
Favorito >> Sport
O Sport é o segundo pior mandante do Brasileirão (4 V, 5 E, 7 D, 35%), com o pior ataque (10 gols, média 0,63), mas com a segunda melhor defesa mandante (11 gols sofridos, média 0,69). O Bahia é o 14º visitante (3 V, 5 E, 8 D, 29%), com o 12º ataque visitante (13 gols, média 0,81) e a terceira pior defesa (24 gols sofridos, média 1,50). Entre os mandantes, o Sport é o 11º em finalizações (13,0), porém, com o pior aproveitamento, um gol a cada 20,8 tentativas. Dos visitantes, o Bahia é o 12º em finalizações (9,8), com o 12º aproveitamento, um gol a cada 12,0 tentativas. Defensivamente, embora o Sport seja o terceiro mandante que mais sofre finalizações (12,1), é o segundo mais resistente a elas, com um gol sofrido a cada 17,6 conclusões contrárias. O Bahia, fora de casa, é o sexto que mais sofre finalizações (14,2) e o quinto menos resistente a elas, com um gol sofrido a cada 9,5 finalizações contrárias.
Resultado
Favoritismos acertou 148 dos 306 jogos analisados, aproveitamento de 48%.
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 81.801 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.357 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
Favoritismos está apresentando também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Murito, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti.