Economia
Bolsa sobe forte em sintonia com bom humor do exterior; dólar avança 0,2%, a R$ 5,69
Investidores respiram aliviados nesta segunda-feira, após estudos preliminares apontarem que a variante Ômicron pode não ser tão letal quando a Delta
BATANEWS/O ESTADãO
A melhora no ânimo global, após informações preliminares mostrarem que a variante Ômicron do coronavírus pode não ser tão letal quanto a Delta, aumenta o apetite por riscos nesta segunda-feira, 6, com a Bolsa brasileira (B3) operando em alta superior a 1,6%. Em Nova York, os índices também sobem forte, perto dos 2%. No câmbio, porém, o dólar seguiu o movimento de valorização visto no exterior e subiu 0,18% ante o real, cotado a R$ 5,6903.
O analista da CMC Markets, Michael Hewson, destaca que 'as preocupações com a ômicron continuam a diminuir com novas evidências de sintomas leves e, até agora, nenhuma morte relatada por causa da cepa'. No final de semana, Anthony Fauci, o principal assessor médico da Casa Branca, chegou a dizer à CNN que os estudos preliminares sobre a variante são 'encorajadores'.
CVM abre processo envolvendo Petrobras após declaração de Bolsonaro sobre combustíveis
Em resposta, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, subia 1,90%, aos 107.069,79 pontos às 17h17. No exterior, o clima também é de alívio. Em Nova York, Dow Jones avança 1,98%, enquanto S&P 500 e Nasdaq têm ganhos de 1,33% e 0,94% cada. Na Europa, a Bolsa de Londres fechou em alta de 1,54%, a de Paris, de 1,48% e Frankfurt, de 1,39%.
Também contribui para o ânimo a alta firme do petróleo, com o barril do Brent para fevereiro em alta de 4,58% em Londres, e o do WTI para janeiro, de 4,87% em Nova York. O efeito nas ações da Petrobras, porém, é limitado pela decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de abrir um processo envolvendo a estatal, após o presidente Jair Bolsonaro declarar, no domingo, 5, que a estatal anunciaria redução dos combustíveis até o fim de dezembro. Em resposta, as ações ordinárias sobem 1,03% e as preferenciais, 0,59%.
Já o desempenho positivo do minério de ferro na China, em alta de 0,46%, sustenta a alta de 5,27% da Vale. As instituições financeiras também são favorecidas, com destaque para a alta de 2,89% do Bradesco.
Descolado do bom humor da Bolsa, o dólar subiu ante o real, em sintonia com a valorização da moeda no exterior ante divisas fortes. Frente a emergentes, o comportamento do dólar era misto, com a divisa em alta ante lira turca, rublo e peso chileno, mas em queda frente peso mexicano e rand sul-africano. Aqui, o dólar tinha alta de 0,19% ante o real, aos 5,6908.
A possibilidade de um aperto mais duro no programa de compra de estímulos (o tapering) nos Estados Unidos, além da retirada antes do previsto dos estímulos monetários, pressionam a moeda.
Já por aqui, a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) suba a Selic em 1,5 pontos na reunião desta semana, mantêm os juros mais curtos com viés de alta. Na ponta mais longa, contudo, as taxas operam em queda. O contrato de depósito interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2023 tinha taxa de 11,36%, ante 11,32% do ajuste de sexta-feira. Já o DI para 2021 tinha taxa de 10,82%, ante 10,96%.
Além disso, o impasse em torno da PEC dos Precatórios também é monitorado. Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estão reunidos com líderes partidários para tentar achar uma solução rápida, informou a assessoria de imprensa de Lira. As duas casas ainda não entraram em consenso sobre a promulgação do texto. Senadores pressionam Pacheco a não fatiar a PEC e forçar a Câmara a aprovar a proposta com a vinculação do espaço fiscal para o Auxílio Brasil e despesas obrigatórias.