Ano de 2022 trará a real medida de como o Brasil chegará aos Jogos Olímpicos de Paris

Campeonatos Mundiais em quase todas as modalidades serão um ótimo termômetro para 2024

BATANEWS/GOBOESPORTE


Em um ciclo menor, de apenas três anos, o ano de 2022, o primeiro pós-Tóquio, tem uma importância gigantesca na preparação para Paris 2024. Não só porque teremos diversas competições já classificatórias para as Olimpíadas, mas porque os Campeonatos Mundiais de cada uma das modalidades darão um parâmetro de como o país está neste ciclo.

Ainda é cedo para fazer qualquer tipo de projeção de medalhas do Brasil para 2024, não pelo tempo que falta (dois anos e meio) e sim pela falta de parâmetro. E o ano de 2022 nos dará um ótimo termômetro de como estará cada modalidade brasileira, se esses atletas e equipes chegarão com chances de medalha em Paris 2024.

O último ciclo, que durou cinco anos, foi o melhor da história do Brasil. Mesmo com a queda do investimento público e o fim do Ministério do Esporte, a verba foi melhor utilizada, os resultados apareceram e, usando muito bem o ano extra do ciclo, o esporte nacional conseguiu encerrar as Olimpíadas de Tóquio com recorde de medalhas (21), a melhor posição de todos os tempos no quadro de medalhas (12º lugar) e o recorde de ouros igualado (sete).

Os anos de 2009, 2013 e 2017, que foram pós-olímpicos, foram marcados por descanso de muitos atletas de ponta, um período para fazer cirurgias, casar, engravidar, ter filhos, arriscar uma nova parceria, novo técnico ou uma nova categoria de peso. Por outro lado, muitos outros atletas, nestes anos, optarem por seguir o trabalho, competirem, manter o que vinha sendo feito nas temporadas anteriores.

Pode-se dizer que o segundo semestre de 2021 foi uma espécie de "temporada pós olímpica". Muitos atletas não participaram dos Campeonatos Mundiais de suas modalidades, enquanto outros já iniciaram o ciclo com resultados importantes. O período de agosto 2021 até janeiro de 2022 fez o papel que, em um ciclo olímpico de quatro anos, é do ano inteiro pós-olímpico.

Esse semestre pós-Tóquio foi muito bom para o Brasil. Títulos mundiais na ginástica (com Rebeca Andrade), surfe (com Gabriel Medina) e skate (com Pâmela Rosa), além de medalhas em Campeonatos Mundiais de boxe (Keno Machado), vela (Martine e Kakena), natação (revezamento 4x200m livre), levantamento de peso (Laura Amaro e Amanda Schott) e tiro com arco (Marcus Vinicius), e resultados importantes no tênis de mesa, tênis e handebol.

O ciclo menor diminui a margem de erro. As Olimpíadas de Tóquio foram encerradas "outro dia" e logo no primeiro semestre de 2022 já teremos competições classificatórias ou que valem pontos para o ranking de Paris 2024.

Serão 32 esportes olímpicos em Paris 2024 e praticamente todos terão Campeonatos Mundiais em 2022. As exceções, a princípio, são basquete masculino, boxe masculino, tiro com arco e futebol feminino. O calendário de algumas modalidades ainda deve mudar, reflexo de pandemia do coronavírus.

O número de medalhas do Brasil nestes Campeonatos Mundiais, os resultados dos torneios das novas categorias olímpicas em modalidades como boxe, levantamento de peso e canoagem slalom, e o possível surgimento de novos nomes jovens no esporte nacional darão um indicador de como será Paris 2024.