LuLula teme repetir Delcídio na eleição em MS e dá recado: 'precisa descer do salto'

Naquela época, Delcídio do Amaral, que era do PT, estava com percentuais de intenção de votos disparados em pesquisas, mas perdeu eleição para Azambuja

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Quando disputou o governo de MS em 2014, Delcídio estava a frente nas pesquisas - Crédito: Arquivo/ Jane de Araújo/Agência Senado

O ex-presidente Lula (PT) não quer repetir o erro do ex-senador Delcídio do Amaral, em 2014, quando disputou a eleição para o governo de Mato Grosso do Sul, e perdeu para o atual governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Na época, Delcídio estava a frente das pesquisas eleitorais e tudo levava a crer que seria eleito no Estado, porém, a campanha desandou e ele foi derrotado pelo tucano.

Após pesquisas em que aparece com maior percentual de intenções de voto, Lula vem afirmando dentro do PT, que os integrantes precisam 'descer do salto', pois a eleição não está ganha. 'De salto alto, o pessoal deixaria de correr atrás de votos com gosto de sangue na boca e passaria a discutir os rumos do futuro governo', divulgou o blogueiro Ricardo Noblat, do Metrópoles.

O ex-presidente está preocupado com os rumos eleitorais, porque para ele, o 'vislumbre' das pesquisas pode afetar as discussões necessárias para conseguir os votos. A 'temerança' de Lula é que a equipe passe a discutir o futuro do PT no governo, antes de realmente ganhar as eleições.

O cenário já ocorreu em Mato Grosso do Sul. Em 2014, Delcídio estava com a eleição praticamente ganha. Na convenção do PT, Lula veio a Campo Grande e os partidos se aliaram à chapa dê olho em cargos. Na época, a coligação foi chamada de: 'Mato Grosso do Sul com a força de todos' e foi formada pelo PT e por outros 11 partidos: PCdoB, PR, PDT, PROS, PSL, PRP, PV, PSDC, PTB, PTC e PPL.

A campanha de Amaral afundou, tomada pelo 'salto alto', quando a militância diminuiu o ritmo já contando com a vitória. Após a derrota, ele ainda se desgastou com as denúncias de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, durante operação Lava Jato. Ele foi acusado de obstruir andamento da operação junto ao ex-presidente Lula e o banqueiro André Esteves. Delcídio era líder do governo no Senado, foi preso em 2015 pela Polícia Federal e teve o mandato cassado. 

A vitória de Delcídio veio em 2018, após três anos quando a Justiça Federal o absolveu em 12 de julho e devolveu seus direitos políticos.  Em 2019, o processo transitou em julgado e terminou em definitivo. Agora, Delcídio que está como presidente do PTB no Estado, vai tentar cargo nas eleições deste ano e já articula planos para o partido formar chapas e disputar. Mas Lula já aprendeu a lição e teme que o PT repita o erro.