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Sem fertilizantes, vem aí 'uma crise global de alimentos'
BATANEWS/REDAçãO
APLICANDO FERTILIZANTES Foto moiseXVII via Getty Images
Por Nelson de Sá
Do Brasil ao Texas, safras estão ameaçadas, diz NYT, projetando 'aumento mundial na fome'; segundo a ONU, uma 'catástrofe'
NaBloomberg, os fazendeiros brasileiros 'erraram a aposta' e podem ficar sem fertilizantes para plantar, entre outros, soja. Normalmente compram muito antes, mas os preços subiram em 2020, em parte 'devido a sanções contra Belarus, levando a adiar a compra'.
Rússia e Belarus estão entre 'os maiores fornecedores de fertilizantes do mundo'. Agora, com guerra e mais sanções, só estão certas 28% das necessidades do Brasil, 'o maior importador do mundo'.
A mesma Bloomberg noticiou que Lula creditou a crise à 'irresponsabilidade total' de se fecharem, no governo Michel Temer, as sete fábricas de insumos para fertilizantes da Petrobras. 'O Brasil poderia serautossuficiente', afirmou ele à rádio Som Maior.
Em reportagem no alto daprimeira página, assinada pelo correspondente no Brasil com relatos dos EUA, China e Afeganistão, oNew York Timesalertou para 'uma crise global de alimentos', com 'aumento mundial na fome'.
'Fazendeiros do Brasil ao Texas estão cortando fertilizantes, ameaçando o tamanho das próximas safras', publica o jornal, com a foto acima e outras. 'Os preços de alimentos e fertilizantes estão subindo rapidamente', num quadro de 'catástrofe sem precedente desde a Segunda Guerra', diz o diretor da ONU para o combate à fome.
'O aumento dos preços e a fome apresentam uma nova dimensão para a visão sobre a guerra', avalia o NYT. 'Poderia ampliar a raiva contra a Rússia? Ou a frustração seria direcionada às sanções ocidentais que ajudam a aprisionar alimentos e fertilizantes?' (Folha de S.Paulo, 23/3/22)