Inflação impacta consumo de "alimentos do feriado"

Bacalhau e ovos de chocolate registram acréscimos; setor alimentício também inflaciona

CORREIO DO ESTADO / ALISON SILVA


Além dos ovos, pesca também registra alta - Gerson Oliveira

Uma pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) registrou aumento de 3,92% em relação aos itens tradicionalmente consumidos na Páscoa. 

Além das altas nos preços dos chocolates e derivados, bacalhau (11,5%), batata-inglesa (18,45), couve (21,50), também tiveram os preços inflacionados em relação ao mesmo período de 2021. Na capital, o preço do pescado para a semana santa registra variações de 75%, já nos chocolates, os aumentos são de até 78%.  

Alternativa para fugir da inflação seria optar por bombons e barras de chocolate. 

Um levantamento do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-MS), realizado em dez comércios de Campo Grande entre 05 e 08 deste mês, elencou variações em 73 produtos entre ovos de chocolate, barras e bombons. O levantamento registrou preços entre R$4 e R$9 entre as barras de chocolate, entre os ovos o preço chega até R$90.

Nos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou alta de 11,30%, em março, em Campo Grande o acréscimo foi de 1,85% em relação a fevereiro. A capital registrou a quarta maior variação do país neste critério, atrás apenas de São Luís (2,05%), Goiânia (2,13%) e Curitiba (2,54%).

“A inflação implica na perda de poder aquisitivo. Se você possui R$100, uma inflação a 2% faz com que o seu dinheiro seja reduzido a R$98 no mês seguinte', disse o economista Luiz Cláudio.

 De acordo com Luiz Claudio, o ‘desarranjo’ em função da pandemia afetou o organismo “..câmbios inflacionais são o termômetro e não a doença', pontuou.

Em Campo Grande, os setores mais atingidos pelos acréscimos foram o de alimentação e bebidas (2,58%) e transportes (2,78%). 

“Com a gasolina mais cara, o abastecimento fica mais caro. Desde as máquinas do campo, setor industrial, o transporte de alimentos, tudo isso impacta no produto que chega às gôndolas do supermercado', falou a economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul ( Fecomércio-MS), Daniela Teixeira.

“Diante de um cenário internacional mais caótico em relação ao petróleo e o gás, isso pode trazer reflexos inflacionários de forma indireta aos produtos no consumo final, ou direta, quando impacta nos insumos de produção', falou Teixeira. 

Segundo a economista, o país consegue realizar manobras em relação aos produtos como o trigo, algodão, visto que são insumos produzidos no país, entretanto, as importações atingem o Brasil de outra forma.

“Ao contrário dos produtos produzidos aqui, as importações atingem o país com mais força em razão das diferenças cambiais e diferenças entre o dólar e o real.

Luiz Claudio falou sobre alternativas individuais que podem frear a inflação para os consumidores. 

“O país tem o poder de estender a taxa de juros, e dinheiro parado não é combustível para a inflação. Sem movimentar a moeda, contribuímos para equacionar as coisas.'

Habitação (2,23%), vestuário (0,71%), despesas pessoais (0,72%) também registraram altas inflacionárias no último mês.