Milho: ‘Taxar exportação não resolve problema de logística’

Zilto Donadello fala sobre uma das maiores culturas do país e de sua importância econômica em Mato Grosso

CANAL RURAL


Foto: Cláudio Neves/APPA

O milho é uma importante cultura para o Brasil, mas, em Mato Grosso, o cereal tem destaque especial. Para falar sobre rentabilidade, produtividade e importância do grão no estado, o Direto ao Ponto desta semana recebeu o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Zilto Donadello.

Além de contar um pouco da sua história com o milho e como se tornou produtor, Donadello comentou o desempenho da safra em Mato Grosso. “Existem várias situações no estado. Temos alguns produtores com produtividade nunca vista antes; já em outros locais, que passaram por período de seca, plantio mais tarde e com produtividade muito baixa. Nós temos produtividade de 30 a 180 sacas por hectare em alguns municípios', afirma.

Ele ainda destacou que a estratégia mais importante para o produtor é fazer a gestão financeira da propriedade. “Tenho amigos meus de outros municípios que plantam 125 hectares e têm uma ótima condição de vida'.

Foto: Cláudio Neves/APPA

O vice-presidente da Abramilho acredita que a proposta de taxação das exportações de milho não vai resolver o problema de abastecimento no Brasil. A questão, segundo ele, está relacionada ao fato de que a alta produção está localizada no centro do país, em especial Mato Grosso, e grande parte do consumo está na região Sul.

“O que nos falta é logística. Taxar essa exportação não vai resolver o problema e, sim, criar um mal no setor', diz Donadello.

O custo elevado dos insumos é uma preocupação para a próxima safra de milho e de soja em Mato Grosso. “Isso encolheu a margem de renda do produtor, tanto para soja quanto para o milho. O produtor precisa ter cautela na compra e no mercado futuro, no custo e no preço', pontua.

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