Candidato ao Senado, ex-ministro é contra o plantio de soja no Pantanal

Luiz Henrique Mandetta quer humanizar a política e entra na disputa para ‘melhorar nível do debate’

BATANEWS/CGNEWS


Candidato ao Senado pelo União Brasil, Luiz Henrique Mandetta. (Foto: Henrique Kawaminami)

O candidato ao Senado por Mato Grosso do Sul, ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), afirmou que entrou na disputa pela única vaga para o cargo disponível na eleição deste ano porque está indignado.

“Observei uma construção coletiva de uma candidatura única. Quase que orquestrada. Minha candidatura é pela necessidade de melhorar o nível da campanha e do debate. O Senado local não é monotemático', afirmou.

Depois de ficar os últimos meses ‘se impregnando de mundo real’, como ele mesmo diz, o ex-ministro parte para a campanha eleitoral efetivamente defendendo vários projetos. “Em Brasília está aumentando o campo para pessoas que lidam com gente e diminuindo os que lidam com coisas. A única proposta que tinha sobre a mesa era mais do mesmo, da forma tradicional de fazer política. Minha participação política nasce pela indignação. Não posso negar a desigualdade social que tenho visto. Isso mexe comigo e me fez dar esse passo.'

Dentre as pautas defendidas pelo candidato do União Brasil está a preservação do Pantanal. Ele diz que já assinou a petição pública contra o plantio de soja no local. “Se isso ocorrer não vamos mais ter aquele bioma. Se você tiver só um lado da história, o da produção, você pode dar essa causa como perdida, dá-la como entregue. Sou contra totalmente. Se isso acontecer o bioma seria 100% descaracterizado. Perderia toda a cadeia alimentar pantaneira.'

Se eleito, Mandetta afirmou que vai trabalhar pelo zoneamento da área. “Temos soluções ali dentro que ainda não enxergamos. A gente precisa do progresso e não quer condenar uma região. Mas temos um potencial de energias limpas com investimento internacional. É como se tivéssemos o produto na mão, a necessidade, mas falta visão política de fazer', acrescentou.

Outras bandeiras do médico ortopedista são escola de período integral, cultura e esporte. Ele criticou a falta de identidade cultural que o Estado passa. “Na novela Pantanal não vemos as pessoas com o sotaque daqui, comendo chipa, mostrando nossa cultura. Precisamos colocar o Mato Grosso do Sul na pauta nacional.'

Já sobre investimentos o candidato alega que ainda falta uma lógica de integração na infraestrutura de escoamento da produção, bem como uma celeridade maior na duplicação da BR-163, que teve a concessão cancelada e ainda aguarda o edital de relicitação da obra.

“As soluções a curto prazo são de estradas que não foram pensadas para esse escoamento. A Rota Bioceância por exemplo é uma ponte sobre o Rio Paraguai que cria muita expectativa ao redor,  mas não foi pensada em pessoas que sofrem esse impacto. Cria-se um vazio.'

Quanto ao setor da saúde, Mandetta foi incisivo em falar que vai lutar pela implantação do planejamento do sistema de saúde no Estado que está pronto há mais de 10 anos. “O documento está dormindo nas gavetas dos governantes há muito tempo. Precisamos de hospitais regionais com gente, nos polos estratégicos. Hospitais do tamanho do Regional Rosa Pedrossian. E não é entregue para a administração de OSCIP’s (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público). Nossa saúde é igual a bandeira do Japão. Uma bola vermelha no meio, onde concentra toda a saúde do Estado na Capital. Uma das minhas maiores frustrações como ministro foi ter o dinheiro para isso acabar e o governo optar por mutirões.'

Quanto a política, ele afirma que será fiel ao partido. “Vou votar para presidente no Luciano Bivar e para o governo do Estado par Rose Modesto, que é a melhor candidata para o Estado', ressaltou.

Mandetta ainda não teve a definição dos suplentes para sua cadeira. Ele não revelou as alianças que pode contar para apoiá-lo na candidatura. As definições devem ser anunciadas até o dia 5 de agosto e registradas até 15 de agosto.

“Quero participar, ajudar a construir, fazer e transformar. Já fui frustrado por várias pessoas, mas passa um tempo e eu me reinvento e penso que não posso desistir do Brasil e do meu Estado. Seria o triunfo das teses que eu combato. Sou um cara que defende a vida. Não só enquanto existência, mas a que tem que se levar. Imagina o drama da pessoa que levanta e não sabe o que vai almoçar e jantar, sendo que somos o celeiro do mundo', concluiu ele desejando saúde a todos.