Mara Gabrilli é anunciada como candidata a vice em chapa com Simone Tebet

Escolha da senadora tucana reforça aliança do ‘centro democrático’ nas eleições 2022, com a construção de uma chapa 100% feminina: ‘Estaremos juntas por vocês’, disse Tebet

BATANEWS/ JOVEM PAN


Senadora Simone Tebet (MDB-MS) ao lado da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), chapa 100% feminina / Flickr / Simone Tebet

A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi anunciada como candidata à vice-presidente em chapa conjunta com a também senadora Simone Tebet (MDB-MS), candidata à presidência da República representando o “centro democrático” ou a terceira via. O anúncio aconteceu na manhã desta terça-feira, 2, em evento no Diretório Estadual do PSDB, e marca a união MDB-PSDB também a nível nacional. Em sua fala, Gabrilli disse estar lisonjeada pelo convite e por estar ao lado de uma mulher que ela tanto admira. “Fez a liderança da bancada feminina com profissionalismo profundo, com ética, com vontade de ver o Brasil melhorar e com vontade de ver as pessoas terem vida. A Simone foi a primeira mulher a ser candidata à presidência do Senado, é a primeira mulher candidata à presidência com outra mulher ao lado dela. Agradeço pela confiança”, reforçando as palavras já defendidas por Tebet: o Brasil tem que olhar para frente. “É possível fazer diferente e juntos, com amor e coragem, vamos mudar o Brasil”, acrescentou.

Com a aliança com Mara Gabrilli, a senadora Simone Tebet adicionou um novo eixo ao seu plano de governo: a inclusão. Em sua fala, ela voltou a reforçar a proposta de unir o Brasil “com amor e coragem” e colocou a chapa como “voz moderada”, uma alternativa à polarização política. “Estamos fazendo história. Essa é uma eleição de dois turnos e nós vamos estar lá. É a voz que vai chegar lá no segundo turno e ganhar as eleições. […] Enquanto eles dividem o Brasil com ódio, nós vamos unir o Brasil com amor. Estamos aqui para dizer que seremos nós a reconstruir o Brasil e, por fim, aquela bandeira vai voltar a ser nossa”, exaltou Tebet. “Eu tinha dúvidas se uma chapa 100% femnina seria aceita. Quem bom que as pesquisas mostram que homens e mulheres estão preparados”, também pontuou. Segundo última pesquisa Datafolha, a senadora pontua 2% das intenções de voto, contra 47% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 29% do presidente Jair Bolsonaro (PL) e 8% do ex-governador Ciro Gomes (PDT), todos também candidatos à presidência.

Nesta segunda, a própria Simone Tebet já havia antecipado, durante sabatina na Fiesp, em São Paulo, que o nome escolhido para ser vice em sua chapa seria de uma mulher. Embora não tenha, na ocasião, citado o nome de Gabrilli, a senadora fez uma aceno ao presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, ao reforçar que sabe o seu compromisso de representar os partidos que integram a união de Centro, composto pelo MDB, PSDB e também pelo Cidadania. “Estaremos juntas por vocês, juntas pelos nossos filhos e companheiros”, antecipou Tebet. Nesta terça, Bruno Araújo falou sobre a aliança, considerada por ele a “construção simbólica de uma chapa que vai entrar para a história do Brasil”. “Mara é exemplo de superação pessoal e demonstração que não há limites físicos quando a vontade de servir se instala no coração. Mara á mais que política, que voto. Mara sempre foi exemplo e referência de vida para todos nós”, exaltou o presidente nacional do partido tucano.

Antes da escolha de Mara Gabrilli, o nome escolhido para a candidatura de vice-presidente era o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Ele participou do evento e exaltou a escolha da colega e a formação da chapa conjunta. ” [Mara] também traz para a nossa campanha junto com a Simone, a mensagem que só amor e docilidade da mulher podem unir o país. Nós precisamos de gente que possa unir o nosso país, tenho certeza que dificilmente poderíamos apresentar uma chapa tão completa. Todos aquele que querem para o nosso país paz, prosperidade, justiça, tolerância e democracia, estamos entregando ao país a chapa perfeita”, exaltou. Como a Jovem Pan antecipou, a escolha de Gabrilli acontece depois de um acordo entre as legendas no Rio Grande do Sul, onde o MDB retirou a candidatura do deputado estadual Gabriel Souza ao governo local e declarou apoio a Eduardo Leite (PSDB), que também recebe apoio do União Brasil e do Podemos. A aliança entre os partidos também marca um novo capítulo na saga tucana ao Palácio do Planalto, que começou com a escolha de João Doria (PSDB-SP) nas prévias e foi marcada pela desistência do ex-governador de São Paulo e uma série de rachas internas.