Pai denuncia escola por racismo após filha de 4 anos pedir para ‘arrancar o cabelo’

Professora teria dito que cabelo da menina era feio e que ela deveria ser branca, segundo relato da criança ao pai

MIDIAMAX


Foto: Divulgação/Midiamax

Um homem, de 29 anos, procurou a Depca (Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente) nesta quinta-feira (06/06) para denunciar uma escola municipal na Vila Nasser em Campo Grande, por racismo contra a filha de 4 anos.

Segundo relato do pai, que aguarda a filha passar por depoimento especial na delegacia, a criança chegou em casa no fim da manhã desta quinta-feira e pediu para que a mãe arrancasse seus cabelos. “Disse que era feio e queria um cabelo liso. Fui perguntar de onde ela tirou isso e ela disse com todas as letras que foi a professora ‘tal’”, explicou o pai, que está revoltado com a situação.

O pai chegou a gravar um áudio em que a filha conta qual é a professora e que ela teria dito que seu cabelo era feio. “Meu cabelo não é bonito é feio”, diz a criança questionada pelo pai. 

O pai ainda a questiona se a professora falou que era pra ela ser branca e a menina diz que sim. “E você quer fazer isso?”, questiona o pai, tendo a resposta negativa.

“A professora proferiu essas palavras para minha filha de 4 anos de idade. Eu quero expor não por vitimismo. Eu passei por uma situação dessa há duas semanas no meu trabalho, mas eu tenho que aguentar, agora meus filhos já é demais”, reclama.

O pai ainda explicou que após descobrir a situação, ligou para a escola, mas teve a resposta de que o diretor estava em reunião. Ao falar com o coordenador, foi orientado a ir a escola pessoalmente. “Meu advogado me orientou então a ir direto na delegacia”, disse.

“Eu simplesmente cansei de passar por isso, agora ver minha filha passar por isso é a gota d’água, principalmente num lugar que era pra ela aprender a não fazer isso”, afirmou.

A criança passou pelo setor psicossocial e confirmou os fatos com maiores detalhes que constam em relatório, segundo informa o boletim de ocorrência.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura e aguarda retorno sobre a situação. A matéria foi escrita com base em documento oficial e está passível de edição para acréscimo de posicionamento.