Filipe Luís, que tem nove jogos na carreira, poderá ser opção na seleção

Ao contrário do que disse o pragmático Parreira, é possível dar saltos na vida e no futebol

BATANEWS/FOLHA


Filipe Luís orienta Gerson, jogador de seleção brasileira, na final da Copa do Brasil, vencida pelo Flamengo em Belo Horizonte - Douglas Magno - 10.nov.24/AFP

Na decisão da Copa do Brasil, Filipe Luís sabia que no segundo tempo o Atlético-MG arriscaria tudo. Daí a substituição de Gabigol pelo veloz Bruno Henrique, além da entrada posterior do rápido Plata. No contra-ataque, com bolas lançadas nas costas dos zagueiros adiantados, o Flamengo fez um gol e poderia ter feito outros. Quase todos os treinadores do mundo, incluindo os bons, não tirariam Gabigol por ele ser um goleador e pelo prestígio que tem.

Gabriel Milito, no segundo tempo, cometeu o erro frequente de muitos treinadores, incluindo os bons, de mudar demais os jogadores e a estratégia, na ânsia de ganhar o jogo. A equipe ficou confusa, perdida, o que facilitou para o Flamengo.

Evidentemente, não foram as condutas dos treinadores, nesta partida e na anterior, a única razão da conquista do título pelo Flamengo. Nós comentaristas temos o hábito de achar um motivo mágico para explicar os resultados.

Gabigol será um ótimo reforço para o Cruzeiro, se for confirmada a contratação, embora o custo-benefício seja discutível. Filipe Luís sabia de sua importância nos dois jogos decisivos, mas sabe que não dá mais para ele continuar no Flamengo no próximo ano.

Na quinta-feira (14), a seleção brasileira enfrentará a Venezuela pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Dorival deve manter a estrutura tática, com Raphinha pelo centro, próximo do trio de atacantes, formado por dois pontas e um centroavante.

No Barcelona, o treinador Hansi Flick escala Raphinha como um atacante pela esquerda que entra com frequência pelo meio para formar dupla com Lewandowski. O meio-campo do Barcelona é formado por um centro-médio (volante) e dois meio-campistas que fazem parte da seleção espanhola (Olmo e Pedri).

Uma das dificuldades de Vinicius Junior na seleção é o fato de que o Real Madrid não possui um centroavante fixo. Vini e Mbappé ocupam esse espaço, alternando as entradas em diagonal. Esses momentos são aqueles em que Vini mais brilha, com sua velocidade, sua habilidade e suas precisas finalizações. Na seleção, ele joga a maior parte do tempo aberto como ponta, onde há mais chances de ser marcado.

A seleção brasileira possui três excelentes pontas-direitas: Luiz Henrique, Estêvão e Savinho. Qualquer um pode ser escalado, e eles são muito parecidos na maneira de jogar. Inspiram-se no holandês Robben, canhoto, que tempos atrás fascinou a todos, jogando pelo Bayern, com seus dribles para o centro e ótimas finalizações. Os três brasileiros aprenderam também a driblar para o lado e cruzar ou passar com o pé direito.

Segundo noticiários na Europa, Guardiola teria sido convidado pela CBF, que desmentiu o chamado. Porém, como o presidente da entidade disse anos atrás que estava certa a contratação de Ancelotti, o que não ocorreu, fica a dúvida. Dorival Júnior está atento. Ele sabe que o time precisa evoluir para continuar até a Copa do Mundo.

Há outros treinadores na fila. O jovem Filipe Luís, que, antes de assumir o Flamengo, recusou o convite para ser auxiliar de Dorival, poderá ser uma opção, mesmo com apenas nove jogos na carreira. Ao contrário do que disse o pragmático Parreira, a vida e o futebol podem dar saltos, pular etapas. O jovem Scaloni, que nunca tinha sido treinador, é campeão do mundo pela Argentina.