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Como o Palmeiras se transformou entre dois clássicos contra o São Paulo
Paciência de Abel, disputa por posições e nível físico explicam mudança desde último Choque-Rei, há dois meses; rivais se reencontram com Verdão na ponta de Brasileiro e Libertadores
BATANEWS/GE
Era dia 10 de março quando o Palmeiras recebeu o São Paulo no Allianz Parque para a semifinal do Campeonato Paulista. Naquele momento, o time vivia oscilações em campo e uma desconfiança do torcedor sobre o que esperar para a temporada.
A vitória por 1 a 0 com um gol de pênalti polêmico e que causou muita revolta no rival maquiou o futebol pouco produtivo e que rendia contestações.
Dois meses se passaram desde então, e o Palmeiras recebe novamente o São Paulo neste domingo - desta vez na Arena Barueri - em um momento bem diferente e de quase completa transformação. De vice-campeão paulista e contestado, o time foi a líder do Brasileirão e da Conmebol Libertadores.
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A mudança não é só pelos atletas que foram titulares, mas também pelo desempenho que vem apresentando jogo após jogo. Após perder o título do Campeonato Paulista para o Corinthians, o Verdão viveu seu momento de maior turbulência, mas não deixou a crise sequer ameaçá-lo.
Por um acaso, Marcos Rocha e Mayke se lesionaram e Giay passou a ser titular. De forma surpreendente, o lateral-direito passou a ser um dos pilares defensivos desde então. No meio de campo, Raphael Veiga também ficou fora por problema médico, e Felipe Anderson cresceu.
Lucas Evangelista, Emiliano Martínez, Richard Ríos e Aníbal Moreno passaram a participar de um rodízio sem que a qualidade do setor caísse.
O time atual não tem uma escalação titular fixa, fazendo com que grande parte dos atletas tenham descanso entre os jogos. O nível físico também é um destaque.
Todos esses fatores, portanto, fizeram o Palmeiras chegar para o duelo deste domingo como líder do Campeonato Brasileiro, com 16 pontos ganhos (cinco vitórias, um empate e uma derrota), e o único 100% da Conmebol Libertadores - o time já está classificado com a primeira posição do Grupo G garantida.
A explicação de Abel Ferreira para essa mudança repentina e que chama a atenção é a paciência para acreditar no trabalho que vem sendo feito na Academia de Futebol.
– Quando falo na paciência, não falo só dos torcedores do Palmeiras, mas de uma forma geral. Temos pouca paciência. Por isso que os vídeos são de 20 segundos. Ninguém está disposto a estar ali trinta quarenta minutos a ver um… ninguém quer – afirmou o treinador após a vitória contra o Vasco.
– O problema é que o processo de crescimento, da formação, de um jogador, de um homem, de um bebê, é preciso tempo. Isso é global, não é do futebol brasileiro. É ganha, ganha, não ganha, troca. Mas não é só o futebol brasileiro – acrescentou.
Para evitar uma badalação no auge técnico da equipe em 2025 até aqui, o treinador insiste em citar que não se pode "massagear o ego nestes momentos".
O Verdão recebe o São Paulo em busca de manter o nível de atuação e não deixar que essa badalação atrapalhe os planos de seguir na ponta do Brasileirão.
– Não dá pra tirar o pé do acelerador. É continuar a preparar, rodar quem temos que resolver rodar e continuar nesta. Queremos continuar com hábito de ganhar. Isso que vamos continuar a fazer independentemente se já passamos ou não. O próximo jogo é já em três dias e não há outra forma – resumiu – comentou Abel na última quarta-feira.