Hospitais e promotora se reúnem para discutir falta de 'kit intubação'

Estoques de medicamentos usado na UTI está acabando, alertam estabelecimentos

MARTA FERREIRA / CAMPO GRANDE NEWS


Faixa na frente do El Kadri, estabelecimento privado que está lotado de pacientes de covid, assim como toda a rede hospitalar. (Foto: Kísie Ainoã)

 A escassez de medicamentos essenciais para terapia intensiva  de pacientes vai ser tema de reunião nesta tarde, em Campo Grande, envolvendo diretores de hospitais e a promotora Filhomena Fluminhan, responsável pelo tema da saúde no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Crítico em todo o País, o estoque do “kit intubação' está nas últimas, literalmente.

Segundo o Campo Grande News apurou, a conversa foi provocada por integrantes dos setores de compras de hospitais privados e vai reunir representantes  da Unimed, Cassems, Hospital do Coração, El Kadri e Santa Casa, estabelecimentos que estão lotados de pacientes de covid-19.

Conforme apurado, há unidades entre essas com estoque suficiente até no máximo sexta-feira. Não há mais possibilidade nem de comprar no mercado, pois o desabastecimento é generalizado.

O secretário de Saúde Geraldo Resende comentou à reportagem que o quadro é preocupante em todo o Estado. Segundo ele, uma compra feita em março pelo governo estadual sequer foi entregue, pois o governo federal requisitou os produtos.

“Vai ser uma tragédia nacional', afirmou Geraldo, sobre a possibilidade de acabar de vez a reserva dos medicamentos. Alerta nesse sentido foi feito mais de uma vez pelo Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul).

Entenda – Médicos ouvidos pelo Campo Grande News explicaram que o desabastecimento enfrentado é de um dos três medicamentos usados para intubar pacientes, ou seja, garantir a respiração por meio de ventilador mecânico, situação comum em doentes de covid-19, por causa do estrago feito no pulmão.

O kit tem três componentes: analgésico, sedativo e um bloqueador muscular. Esse último está em falta. Sem ele, o paciente fica em risco porque, em linguagem leiga, o pulmão segue tentando respirar, “competindo' com o equipamento usado justamente para fazer esse trabalho enquanto a pessoa se recupera da enfermidade.