Em entrevista coletiva do Centro de Contingência do Coronavírus do governo de São Paulo nesta quarta-feira (31), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou que uma variante do coronavírus semelhante à da África do Sul foi detectada em Sorocaba, interior do estado. Apesar da similaridade, não se descarta a possibilidade de ser uma nova variante. Aquela identificada na África foi descoberta em 2020 e é mais infecciosa do que a cepa descoberta no Reino Unido.

O coordenador do Centro de Contingência, Paulo Menezes, explicou que “não é uma variante nova, mas ela é nova no Brasil”.

Segundo Dimas Covas, a paciente onde a possível variante foi identificada é uma mulher de 34 anos, que apresentou sintomas leves da doença, com quadro clínico de evolução favorável. Ainda de acordo com o diretor do Butantan, não há histórico de viagem da paciente ou de seu contato com viajantes ao país africano. Por esse motivo, as chances de já ser uma evolução natural da cepa brasileira P1 são grandes.

Covas explicou que as medidas a serem adotadas dependerão dos resultados das análises realizadas e da incidência dos casos. “Primeiro, nós precisamos determinar qual é a real incidência. Quer dizer, um caso nesse momento, em um universo já de predomínio da P1. Então, se for apenas um caso, as medidas são as medidas que estão em andamento. Fora isso, o acompanhamento genômico de outros locais, o sequenciamento, para a observação do surgimento dessas variantes” disse o diretor.

Ele afirmou, ainda, que a situação da paciente de Sorocaba e das pessoas próximas a ela tem sido monitorada pela Secretaria de Saúde e pela Vigilância Sanitária. Como a análise do material genético ainda está em estudos iniciais nos laboratórios da instituição, não é possível definir o grau de contágio, transmissão e letalidade da nova variante.

Dimas Covas, diretor presidente do Instituto Butantan
Governo do Estado de São Paulo/Divulgação