Saúde
Sem restrições mais duras, MS terá 5,7 mil mortos por covid até o fim do mês
Dados da Capital indicam que "feriadão" ainda não surtiu efeito nos números de casos, óbitos e internações
BATANEWS/LUCIA MOREL / CAMPO GRANDE NEWS
Estimativa da Universidade de Washington indica que Mato Grosso do Sul terminará o mês de abril com total de 5,7 mil mortos por covid-19 se a mobilidade de pessoas continuar sem restrições. O Estado já tem 4.513 óbitos registrados até agora.
Praticamente a mesma quantidade será alcançada com a vacinação contra a doença continuar lenta como está, já que as variantes do novo coronavírus estão em circulação. O melhor cenário ocorrerá se maior parte da população, 95%, usar corretamente as máscaras de proteção. Com elas, a estiva de óbitos cai para 5,6 mil.
Os dados levam em conta que o pior cenário é sem a aplicação do isolamento e prevê ainda total de 6.673 óbitos até 30 de junho. Com uso de máscaras, esse número cai para 6.156.
A mesma projeção indica ainda que o número de óbitos só começará a cair a partir de 24 de abril, quando deverão começar a ocorrer 46 mortes diárias – atualmente está em torno de 52 – e a queda expressiva, somente a partir do final de junho, quando o total deverá ser de até dois casos diariamente. Isso, claro, no melhor cenário projetado
No pior, queda de óbitos começa com 48 casos diários e cai expressivamente no final de junho, estabilizando em 11 casos diários. Confira os dados aqui.
Campo Grande – não há dados para a Capital pela plataforma da instituição americana, mas números tabulados por pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) com base nos casos, mortes e internações por covid-19 em Campo Grande até ontem mostram que o “feriadão' ainda não surtiu efeito.
A quantidade de pessoas que morreram vítimas da doença na Capital entre 21 de março e ontem – 14 dias – aumentou 63,29%, saindo de 14 para 22,86. Valor de casos confirmados por dia também cresceu, de 356 para 453 ontem.
A realidade nos hospitais também continua crítica, com aumento de 249 para 303 pacientes internados em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), aumento de 21,69%. A mesma realidade atingiu os leitos clínicos, que passaram a ser ocupados por 339 pessoas contra 274 duas semanas atrás – mais 23,72%.
Segundo os pesquisadores, o cenário atual é de muito risco, com projeções negativas de aumentos sucessivos de casos confirmados e superior ao total ocorrido em março. A estimativa é que abril termine com 11.291 ocorrências de covid-19, totalizando 96.650 casos entre março do ano passado até o fim deste mês.
“Os resultados mostram a importância da população aderir as medidas restritivas impostas pelo governo estadual e pelo prefeito para se manter o isolamento social sempre que possível. Neste momento, este procedimento é extremamente necessário para que as quantidades registradas em uma semana estejam sempre abaixo da curva estimada. Pois somente desta maneira obteremos e/ou manteremos o desejado \achatamento da curva'.